quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Depois de tudo, o fogo.

Certa vez, eu comecei a ler um livro que sempre achei bestinha, e tudo mais, até iniciar a leitura.

"Por que os homens mentem, e as mulheres choram?" (está aqui citado de onde tirei o assunto pra este post, e recomendo este livro, é interessante. Não dá pra seguir ao pé da letra, mas é interessante.)

Bom, lendo esse livro, que ainda estou na metade (na verdade faz mais de um ano que estou na metade por uma série de motivos), me deparei com uma situação interessante, segue a mesma, mais ou menos da forma que eu me lembro:

Na antiguidade, no tempo das cavernas, os homens, chefes do lar, saiam em longas jornadas para caçar. Eles eram responsáveis pelo sustento da família, sua alimentação, segurança, etc...
Estas jornadas eram cansativas, estressantes, perigosas, arriscadas, extremamente exaustivas, e estes homens ficavam muito tempo sem ver suas esposas e seus filhos, de certa forma abrindo mão deles, para trazer o sustento básico para casa, para eles.

Meses se passavam, e eles retornavam, cada um para a sua família.

Eram bem recebidos, eram bem tratados. Tratados como heróis por pessoas que os amavam, e de fato eram mesmo heróis.

Porém, após estes reconhecimentos, eles se reuniam novamente, mas não para sair para a batalha pela sobrevivência, desta vez não. 
Desta vez, se reuniam para observarem a fogueira. Literalmente.
Sim, acendiam uma fogueira, sentavam em volta, e ficavam somente olhando o fogo, relembrando de todo o esforço que fizeram, agradecendo mentalmente por terem obtido êxito no seu objetivo. Enfim, tirando da sua mente toda e qualquer preocupação, todo e qualquer incômodo, deixando ela livre, para aí sim, poder continuar sua rotina social até chegar o momento de partir outra vez.

"Por que os homens mentem e as mulheres choram?" (Allan e Barbara Pease)

Pelo que me lembro é isso, não tive o trabalho de ir a prateleira, pegar o livro pra dar uma olhada, e transcrever pra cá, mas é isso, ou próximo a isso.

Eu tracei um paralelo pra hoje onde, não coincidentemente, temos batalhas diárias, para ter o nosso sustento: nossos gastos, nossos investimentos, nosso lazer, entre outras batalhas que se fazem necessárias pra quem almeja alguma coisa.

Saindo um pouco dos bens materiais, e entrando nos abstratos, a jornada é um pouco maior, e, talvez, mais exaustiva, mas o objetivo pode ter um sabor diferente quando conquistado.

Há milhões de anos aconteceu esta história citada acima, e isso ainda reflete no cotidiano. Por quantas vezes algumas coisas acontecem de uma maneira que a gente não quer que aconteça?


Só que ao invés de "olharmos nossa fogueira", passamos por cima, atropelamos tudo e vamos em busca de mais e mais.

E não me refiro somente ao que dá errado, mas também ao que dá certo. Por muitas vezes não paramos pra pensar em como devemos reconhecer a nós mesmos quando algo sai da maneira que planejamos, ou sai melhor do que planejamos.

Agora falo por mim. Preciso, e muito, destes momentos, de me gratificar pelo que deu certo e, principalmente, de re-organizar quando não dá tão certo assim.

Gosto do griteiro, gosto da muvuca, gosto da zona, admito. Mas tenho um apreço muito forte pelo silêncio e pela tranquilidade também, que é quando posso, de certa forma, olhar profundamente a minha fogueira.

Um comentário: